CFMV se manifesta contra a proibição de antiparasitários com avermectinas para o uso veterinário
O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) declara posição contrária à proibição para o uso veterinário das avermectinas de longa duração, ou seja produtos antiparasitários que permanecem no organismo dos animais por mais de 42 dias. Na semana passada, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou uma instrução normativa que proíbe a fabricação, a comercialização, o fracionamento e a importação desses antiparasitários.
Segundo o presidente do CFMV, o médico veterinário Benedito Fortes de Arruda, há outros medicamentos, além das avermectinas, que podem causar problemas nos rebanhos. “Existem vários antibióticos usados na Medicina Veterinária que podem trazer repercussões negativas não somente para a produção da carne produzida no país, mas também para a saúde humana”, declara Arruda. Ele explica que os resíduos dos produtos veterinários presentes nos produtos de origem animal podem afetar as pessoas que os consomem, além de colaborar para a formação de microorganismos resistentes.
Arruda diz acreditar que outras duas medidas seriam mais prudentes: o estabelecimento pelo Mapa de regras para a aplicação de receituário veterinário e a fiscalização dos produtos comercializados. “O CFMV, inclusive, já indicou ao Mapa os medicamentos que só poderiam ser vendidos mediante a prescrição de receita”, conta.
Ele revela ainda que o CFMV ofereceu ao Ministério da Agricultura parceria com o envolvimento de todo o Sistema CFMV/CRMV’s para realizar a fiscalização. “Sem a fiscalização, esse produto continuará a ser aplicado no rebanho bovino brasileiro. Logo, a proibição das avermectinas será inócua”, conclui.
Assessoria de Comunicação do CFMV