Armazenar sem criar mosquito

22 de março de 2016 - Em tempos de crise hídrica, armazenar água é, mais do que atitude consciente, quase uma obrigação. No entanto, a epidemia de dengue no país dificultou as coisas. Afinal, como poupar água sem facilitar a vida do Aedes  aegypti? Como ajudar a preservar o meio ambiente de maneira segura? O ano está longe de terminar, mas, até fevereiro de 2016, foram registrados 300.980 casos de dengue no país. No mesmo período, em 2015, foram 201.343.


Vera Lima, 54 anos, diz que nem se lembra de quando começou a armazenar água da chuva. A dona de casa, moradora de Vicente Pires, tem dez baldes em casa. Quando chove, ela apara a água da chuva,  por meio da calha do telhado. A partir daí,  lava o que o que vier pela frente: tapetes, panos de chão, varanda da casa, calçada. Segundo ela, o cuidado com a dengue está presente. “Como não tem como tapar os baldes, uso o mais rápido possível, desse jeito não tem riscos. No máximo, dois dias”, conta.


A servidora pública Maria das Graças Lemos, 53 anos, vive em Sobradinho e também é adepta do reaproveitamento de água. Ela  conta que  aproveitar água da máquina de lavar é um hábito de toda a família. Para ela, os produtos de limpeza afastam o mosquito. “Acho que, como essa água não é limpa, não tem problema”. Maria das Graças ainda armazena água da chuva em um tambor de 18 litros, sempre checando se está devidamente tampado. “Se estiver bem lacrado, não deve dar larvas do Aedes”, afirma.


De acordo com o gerente de Vigilância Ambiental de Vetores e Animais Peçonhentos e Ações de Campo, da Secretaria de Saúde do DF, Petrônio Lopes, não há problemas em armazenar água, contanto que o vasilhame, balde ou tambor estejam hermeticamente fechados. “Eu também reutilizo água, é importante, mas é necessário ter o hábito de conferir se não há  buracos ou rachaduras”, afirma.  Lopes explica que o ovo do Aedes aegypti fica na natureza por mais de 500 dias e só eclode quando tem contato com a água.


“Se o recipiente estiver bem fechado, a pessoa não terá a menor chance de ter alguma doença causada pelo mosquito”, insiste. Em nota, o Ministério da Saúde recomenda algumas medidas de prevenção, entre elas: manter as caixas d’água e outros recipientes de armazenamento de água fechados, colocar as garrafas com a boca para baixo, não deixar água acumulada sobre a laje ou calhas, manter a lixeira fechada, colocar areia nos pratos das plantas. No armazenamento de água,  a recomendação é manter o recipiente devidamente tampado e realizar limpeza com bucha e sabão periodicamente.

Combate

Os recursos federais destinados ao combate ao mosquito Aedes aegypti cresceram 39% entre 2010 e 2015, passando de R$ 924,1 milhões para R$ 1,29 bilhão, respectivamente. Para 2016, a previsão é de que o valor chegue a R$ 1,87 bilhão. Segundo o Ministério da Saúde, os recursos para o desenvolvimento de vacinas e soros para as doenças causadas pelo Aedes aegypti já ultrapassam os R$ 125 milhões.

 

Área de Gestão da Comunicação com informações do Correio Braziliense.