Histórias da África no Museu Nacional da República

06 de janeiro de 2017 - A fotógrafa Marilu Cerqueira passou quatro meses na República Centro-Africana, no primeiro semestre de 2016. Viajava como consultora de comunicação para o desenvolvimento do Unicef e tinha como missão, entre outras, registrar e colaborar em um trabalho de assistência junto a uma das comunidades mais carentes do mundo.

Depois de concluir o projeto — que envolvia, sobretudo, fotografias do processo de trabalho —, Marilu percebeu que havia uma história humana a ser contada entre as mais de 300 imagens captadas ao longo da viagem. Assim nasceu Murmuro Bè Afrik, um ensaio de 38 fotografias expostas até o final do mês no Museu Nacional da República.

São, principalmente, imagens de rostos e pessoas inseridas em um cotidiano duro e precário. A República Centro Africana ocupa o 187º lugar no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) de 2014. É o penúltimo lugar da lista, que vai até 188.

“É um país muito difícil, considerado entre os 10 mais carentes do mundo. A condição de vida, a condição humana, tudo é muito precário”, conta a fotógrafa, que precisou superar desafios pessoais como a falta de água potável e doenças que se proliferam em condições ruins de higiene para conseguir tocar o trabalho.

Foi a partir da combinação entre a superação das dificuldades pessoais e a observação das condições de vida que Marilu construiu a perspectiva de Murmuro Bè Afrik. “De volta ao Brasil, vi que tinha um material diferente, que não era um retrato da África faminta, mas que mostrava a dignidade da população, embora passem por tudo isso.”

SERVIÇO
Murmuro Bè Afrik

Museu Nacional da República (Eixo Monumental). Até 29 de janeiro, de terça a domingo, das 9h às 18h30. Exposição de fotografias de Marilu Cerqueira feitas na República Centro-Africana. Entrada franca. Classificação indicativa livre.

Área de Gestão da Comunicação com informações do Correio Braziliense