Ganhar o mundo depois dos 60

21 de agosto de 2017 -  Eles já foram chamados de vovôs, idosos, de maior idade, de melhor idade. A verdade é que não há definição para uma vida em transformação. Quem passou dos 60 anos faz parte dos 12% da população mundial que cresce a olhos vistos. Em 2050, segundo estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU), o índice será de 22%. O setor de turismo descobriu esse mercado e investe no cliente especial, que exige cuidados e é fiel. Só no Brasil, segundo o Ministério do Turismo, o desejo de viajar sozinho ou acompanhado subiu 3,2% de junho de 2016 para o mesmo mês deste ano.

Viajar sem preocupação e sem prazo para voltar para casa é um sonho que pelo menos uma vez na vida embalará o seu sono. E se você faz parte dos 12% da população mundial que, segundo a pesquisa Fundo de Populações da Organização das Nações Unidas (ONU), representa o número de idosos, esse sonho pode estar prestes a se tronar realidade se depender do mercado turístico. A descoberta desse nicho, cuja perspectiva é de crescimento — estima-se que a população idosa chegue a 22%  em 2050, um número próximo a 2 bilhões de pessoas —, tem provocado uma  revolução nos fornecedores de serviços.

O setor de turismo para a terceira idade tem aprimorado as ofertas, criado incentivos e se profissionalizado para atender às necessidades e cuidados que os mais experientes necessitam. Por outro lado, as facilidades digitais proporcionaram a abertura de um novo mundo para essa população específica. Já não é raro encontrar senhores e senhoras digitando em seus smartphones, com contas em redes sociais e enviando mensagens em aplicativos de comunicação. A troca de informações, por exemplo, é um dos maiores estímulos às viagens. “A tecnologia permitiu mudanças excepcionais nas vidas dos idosos. Evita que fiquem isolados, integrando-os na rotina da sociedade. Hoje, esse segmento da população tem outro perfil, com comportamento diferente”, afirma a professora Aldemita Vaz de Oliveira, ex-coordenadora do grupo de trabalho da Universidade de Brasília (UnB) que estuda a vida do idoso na comunidade.

De acordo com a Sondagem do Consumidor —Intenção de viagem, do Ministério do Turismo (Mtur), o desejo de viajar sozinho ou acompanhado subiu de 23,7% para 26,9% no grupo de viajantes com idades acima dos 60 no mês de junho deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo a mesma pesquisa, cresceu a opção por viagem de avião entre os acima de 60 anos, em detrimento do automóvel e do ônibus, e também pela estadia em hotéis e pousadas (67,5%), em vez da hospedagem em casa de parentes e amigos ou em residência própria ou alugada.

Os números indicam, portanto, que o negócio de turismo para a terceira idade é promissor e que a tendência é de crescimento. Atentos à realidade do mercado, os prestadores de serviço têm moldado as suas ofertas ao estilo de vida e às necessidades desses clientes especiais. Há opções de viagens em grupos promovidas por agências de turismo e até a possibilidade de permanecer por vários meses em um país por meio de intercâmbios. E há, claro, as viagens acompanhadas por familiares, com acompanhante ou sozinho. E, para todas as possibilidades, há incentivos. Tanto das empresas, como governamentais.

Para saber mais

Suspenso

A Lei nº 10.741, de 2003, garante vaga gratuita para idosos em ônibus interestaduais desde que se adeque às regras. Se o assento estiver ocupado, o idoso pagará 50% do valor da tarifa. Para conseguir o benefício, é preciso solicitá-lo com antecedência de, no mínimo, três horas antes da partida. Voltado para os idosos, o programa Viaja mais melhor idade, criado em 2007 pelo Mtur, cujo objetivo era oferecer descontos em passagens e hospedagens aos participantes, foi suspenso. A explicação, segundo a assessoria do ministério, foi a “necessidade de ajustes”, mas garantiu que um novo programa será criado. “O modelo foi revogado, e está em curso um diagnóstico para a criação de um novo projeto de incentivo à viagem desse público específico.”

Enquanto não entra em vigor o programa governamental, a solução é participar de outros projetos como, por exemplo, os cartões de crédito da Caixa Econômica. “Os cartões turismo têm juros e anuidades entre as menores de mercado e oferecem parcelamento de compras de passagens e pacotes de viagens em até 48 vezes, além de ter um programa de pontos nas variantes Internacional, Gold e Platinum. Por exemplo, para variante Platinum, a bonificação no programa de pontos é de 1,4 pontos para cada U$1,00 gasto e 1,8 pontos para cada U$1,00 gasto em estabelecimentos de turismo e entretenimento”, explica o superintendente nacional de cartões da Caixa, Dário Araújo.

Organização garante o sucesso

Para um público especial, programas mais que especiais. Além dos roteiros, que precisam ser bem definidos, viajar com um idoso, ou mais de um, requer preparativos que fazem a viagem começar muito tempo antes da partida. É preciso levar em conta as condições de saúde e a disposição dos viajantes, o tempo do percurso e o tempo de estadia. A opção de viajar com a família ou sozinho dá mais liberdade, mas há os que preferem se aventurar sozinhos ou na companhia de um grupo de amigos em excursões organizadas por agências de viagem.

Empresas especializadas têm aprimorado a oferta de serviço ao mesmo tempo em que esmiúçam as necessidades dos clientes com atendimento personalizado. Esse tratamento exclusivo é a explicação para o sucesso das excursões e o motivo pelo qual os idosos têm preferido compartilhar viagens e experiências com pessoas desconhecidas. A supervisora do setor de grupos e eventos da agência de turismo Bancobrás, Regina Vieira, explica que o programa da empresa começou em 2005 e que a procura tem crescido bastante “De lá para cá, a gente tem aumentado o número de saídas. No começo fazíamos uma viagem por ano, mas passamos a fazer duas, uma nacional e outra internacional”, afirma.

Regina explica que há o cuidado de nunca superlotar o passeio, para dar mais conforto e liberdade aos turistas. “Preferimos grupos pequenos, de 50 pessoas, para que tenhamos um contato maior com o participante. Assim os chamamos pelo nome, eles sabem os nossos, apodemos conversar durante a programação. Quando percebemos que uma saída está tendo muita procura, lançamos a segunda edição.” A empresa atende pessoas em todo o país, mas a maioria dos viajantes é de Brasília, com perfis que variam de 55 anos até mais de 90 anos. “Temos clientes de 92 anos”, orgulha-se a supervisora.
 

Siga as dicas

De uma forma geral, quando se faz uma viagem de carro, ônibus ou avião, a cada hora deve-se levantar e caminhar um pouco. Se for de carro, tem que parar, descer e caminhar para evitar uma pressão acentuada na coluna lombar. No avião, o passageiro deve jogar o tronco para trás e se esticar a cada duas horas para aliviar a coluna vertebral. Lembre-se desses e dos outros conselhos do doutor Marco Polo Dias Freitas, geriatra e Chefe do Serviço de Geriatria do Hospital Universitário de Brasília.

A cada hora, movimentar os pés, que movimentam as panturrilhas para bombear o sangue e para que os pés não fiquem inchados.

Se  toma medicamento contínuo, levar uma quantidade na bolsa de mão para o caso de a mala extraviar.

Em viagens internacionais, levar a caixa e a receita de todos os remédios que está levando para evitar problemas na alfândega.

Quem leva

Agências de turismo especializadas na terceira idade:

Bancobrás

Endereço:  SCS, Qd. 04, Bloco A, nº 230 - Asa Sul, Brasília - DF

Telefone: 0800 61 2255

Funcionamento: das 10h às 22h

www.bancorbras.com.br/agencia-de-viagens/


Pastore Turismo

Endereço: R. João Ramalho, 714 - Perdizes, São Paulo - SP

Telefone: (11) 3675-7780

Funcionamento:10h às 18h

www.pastoreturismo.com.br/


Luiza Tour

Endereço: Rua Conselheiro Peretti, 283 - Casa Amarela, Recife - PE

Telefone: (81) 3268-7522

www.luizatour.com.br/


Donato Viagens

Endereço: Av. Rouxinol, 1041 - Indianópolis, São Paulo - SP

Telefone: (11) 3555-8000

Funcionamento: das 10h às 18h

http://donatoviagens.com.br/

 

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