Conheça algumas das mais belas igrejas construídas no Distrito Federal

Santuário de Schoenstatt

29 de setembro de 2017 -  Colunas, vitrais coloridos, imagens sagradas. Os detalhes que compõem uma igreja costumam ter forte razão para estar ali. São formas que revelam, visualmente e simbolicamente, a história, a memória e a crença de cada povo ou grupo que se uniu sob determinados princípios. Que dão forma a histórias de fé e concretizam sentimentos e valores.

Para alcançar tal resultado, artistas e arquitetos lançam mão da beleza para, mais que impressionar os seguidores, ajudá-los a se conectar espiritualmente. O que encanta os olhos também preenche os corações, como provam obras eternas, caso, por exemplo, da Capela Sistina, no Vaticano. 

As igrejas de Brasília não fogem à regra. Desde que Oscar Niemeyer começou a projetar a Catedral Metropolitana, em 1958, o Planalto Central começou a ser presenteado com diversos desses locais especiais, muitos deles verdadeiras joias da arquitetura que merecem ser admiradas, por pessoas de qualquer fé.

Capela São Francisco de Assis

Nem é preciso acreditar em um Todo-Poderoso. A Capela São Francisco de Assis, no Gama, é, em si mesma, a confirmação do mistério da fé. A igreja, conhecida carinhosamente como Capelinha do Vale, se levanta majestosa no alto de uma serra na Ponte Alta. Para chegar lá, saindo da Asa Sul, são 33km por uma estrada íngreme e bem conservada. No topo de uma pequena colina, cercada de morros e largo horizonte, está a capela, considerada uma das igrejas mais bonitas do Distrito Federal.

Inaugurada em 2004, a pequena igreja de arquitetura clássica se tornou objeto de desejo das noivas de Brasília. A fila de espera para realizar um casamento pode chegar a dois anos. É preciso perseverança para celebrar a união ali, conta a psicóloga Raihane Santos, 33 anos, que agendou sua cerimônia com um ano e um mês de antecedência. E no dia da marcação, precisou chegar à fila às 5h para conseguir uma data.

Apesar da dificuldade, ela não se arrepende e garante que faria tudo outra vez. Raihane conta que, mesmo com altas expectativas, o casamento realizado na capelinha, às 19h30 de 15 de agosto de 2015, foi muito melhor que imaginava. “Escolhemos o local pela beleza, pelo aconchego e pela paz que o ambiente proporciona. No fim, foi lindo, perfeito”, recorda.

Ermida Dom Bosco

Se o assunto é vista deslumbrante, a Ermida Dom Bosco não pode ser esquecida. A pequena capela – projetada por Oscar Niemeyer e construída para celebrar a profecia feita sobre a construção de Brasília pelo santo que lhe dá nome – fica em um dos locais mais bonitos da capital, que costuma deixar brasilienses e turistas maravilhados.

Em forma de pirâmide de base inclinada, revestida de mármore branco e ostentando uma cruz de metal no topo, o templo é um mirante que vale ser visitado tanto por sua importância histórica quanto pelo prazer visual que proporciona, com o Lago Paranoá a seus pés e a cidade ao fundo. Um cenário perfeito para caminhadas, belas fotos e momentos de reflexão e descanso.

“Acho que a Ermida é um dos melhores locais de Brasília para se ver um pôr do sol deslumbrante”, comenta a secretária Isabella Lorenzoni, 27 anos, que, sempre que pode, visita o local no fim de tarde. “Às vezes venho sozinha, mas também tenho o costume de vir com os amigos. É impressionante a tranquilidade que existe aqui.”

Santuário de Schoenstatt

O Santuário da Mãe Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt é um pequeno tesouro escondido no norte do Distrito Federal. A arquitetura da igreja é de uma simplicidade encantadora, com suas paredes brancas, janelas de vitrais coloridos e sino no topo. Por dentro, é pequena e acolhedora, comportando apenas 40 pessoas. Do lado de fora, porém, são 70 mil metros quadrados de área construída, a maior parte formada por jardins que levam até uma vista panorâmica da cidade.

O santuário, localizado na DF-001, pouco depois da Torre Digital, está ligado ao movimento apostólico internacional fundado no vilarejo alemão de Schoenstatt, que já ergueu mais de 200 templos no mundo, sendo 22 no Brasil, além do brasiliense. Todos eles são cópias idênticas da capela original, construída em 1929.

A réplica brasiliense recebe de 2 mil a 3 mil visitantes por fim de semana e está sob o olhar cuidadoso da irmã Claude Schoenstatt desde 2000, quando começou a ser construída. Sentada à beira de um jardim, vestida com os hábitos da Congregação Mariana de Schoenstatt, ela explica o significado do título dado especificamente ao santuário brasiliense: Tabor da Esperança.

A primeira palavra é uma referência ao Monte Tabor, onde, segundo a Bíblia, aconteceu a transfiguração de Jesus Cristo. “O texto diz que, ao subir na montanha acompanhado de três apóstolos, o rosto de Jesus resplandeceu ao sol. Quando Jesus foi transfigurado, os apóstolos se sentiram tão bem que não queriam mais voltar para a dureza da vida”, narra. “O Tabor é onde se experimenta o ‘aqui é bom estar’.” Já a palavra esperança tem um significado todo especial para Brasília, lembra: “A cidade nasceu como promessa de uma nova esperança para o Brasil”.

Para a irmã, o santuário é muito mais que um lugar de belos jardins. Ali, acredita, as pessoas podem encontrar um sentido para a vida. “É preciso olhar hoje para a política, a saúde, a economia, a educação e todos os desafios deste mundo temporal e plantar a esperança de dias melhores. Acreditar que nós, como homens novos, podemos transformar o meio que nos cerca em um Tabor da esperança. A partir dele, as pessoas sentem como se a mãe de Deus estendesse um manto de esperança para devolver ao Brasil sua dignidade”, finaliza.

Santuário Menino Jesus de Praga

As dimensões do Santuário Menino Jesus de Praga, em Brazlândia, é de deixar qualquer fiel impressionado. A nave principal tem capacidade para acolher 10 mil pessoas, três pavimentos e uma torre frontal com 50m de altura, ladeada por outras duas de 36m.

Outro destaque da igreja, que se destaca imponente entre casas residenciais da cidade a 51km do Plano Piloto, está o maior quadro em alto relevo do mundo, que retrata a Santa Ceia e fica atrás do grandioso altar. Além disso, na parte inferior, está em construção a Galeria João Paulo II, espaço de 3 mil metros quadrados que abrigará praça de alimentação e lojas.

Segundo a administração do santuário, assim que a galeria estiver pronta, o local receberá uma doação do Vaticano, de imenso valor histórico: o papamóvel usado por João Paulo II em suas viagens pelo mundo, que ficará exposto aos visitantes.

Católica desde que se entende por gente, a dona de casa Eliana Marins, 31 anos, é uma das que se encantou com o lugar, ao visitá-lo em um domingo de julho. “Amei vir com minha família a este lugar sagrado. É gratificante sentir a presença de Deus”, contou a moradora de São Sebastião, participante da Renovação Carismática Católica.

Catedral Militar Rainha da Paz

Localizada perto do Setor Militar Urbano, a Catedral Rainha da Paz pertence ao Ordinário Militar do Brasil. Construída a partir da estrutura de palco montada para receber o papa João Paulo II, em outubro de 1991, e sem outras edificações ao redor, essa outra obra-prima de Oscar Niemeyer se destaca no Eixo Monumental Oeste, com seu formato de barraca de campanha.

“Aqui, é tudo carregado de energia histórica. Enquanto caminhávamos, paramos para tirar uma foto e fiquei pensando quantos fatos incríveis existem em torno desta cidade”, conta a administradora de empresas Marlene Segal, 37 anos, que com o marido Juliano, 40, visitou Brasília no mês passado. Na estada de dois dias, o casal escolheu como pontos a serem visitados a Rainha da Paz, a Praça dos Três Poderes e o Congresso Nacional.

Já Débora Guimarães, 22 anos, apesar de ser brasiliense, só foi conhecer a catedral recentemente, no dia do batizado da afilhada, Laura, de 8 meses. O encanto com a arquitetura da igreja foi instantâneo. “Eu já estava muito feliz com o convite para ser madrinha, e tudo ficou mais especial por causa do local. É uma igreja bonita e clara, me surpreendeu”, elogia.

Catedral Metropolitana de Brasília

Há quem ache que fé e modernidade são palavras contraditórias, mas a Catedral Metropolitana de Brasília, dedicada à Nossa Senhora Aparecida, bem no centro do poder, prova que não.

Formada por arcos adornados por vitrais brancos e azuis e circundados por um espelho d’água, a catedral carrega a honra de ser um dos primeiros monumentos erguidos em Brasília e uma das obras mais importantes de Oscar Niemeyer. Vista do alto, é uma estrela. Observada de longe, seja da L2 Norte, seja da Rodoviária ou do Eixo Monumental, é uma flor de concreto e vidro.

As primeiras formas da construção começaram a ser projetadas em 1958. A princípio, seriam 21 as colunas de sustentação, que acabaram reduzidas a 16, cada uma com 27m de altura. Outros detalhes que impressionam os visitantes são as esculturas em bronze dos quatro apóstolos evangelistas esculpidas por Alfredo Ceschiatti e Dante Croce, na frente da igreja; os três anjos suspensos no interior, dos mesmos artistas e os quatro grandes sinos que compõem o campanário.

Tamanha beleza impressionou o garçom Valdemar Costa, 46 anos, que veio de vive em Ituiutaba (MG) para visitar a filha mais velha, que mora na cidade há dois anos. “É uma das obras mais bonitas de Brasília. Ainda não conheci todas, mas, até agora, essa foi a que eu mais gostei”, elogiou.

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