Outubro Rosa: saiba mais sobre prevenção do câncer de mama em pets

Por Flávia Lôbo

16 de outubro de 2017 - O resultado de uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que 44,3% dos domicílios do país possuem pelo menos um cachorro. São cerca de em 52,2 milhões deste animal em lares brasileiros. Já a população de gatos em domicílios brasileiros foi estimada em 22,1 milhões, o que representa aproximadamente 1,9 gato por domicílio que tem esse animal de companhia.

Os tumores mamários são as lesões mais frequentes em cadelas e a terceira mais frequente em gatas. Aproximadamente 60% e 90% dos tumores que acometem a glândula mamária canina e felina, respectivamente, são malignos.

Nos últimos anos, tem-se verificado um aumento considerável de casos de câncer nessas espécies, e, em alguns casos, levando a óbito.

 “Quando castrada antes do primeiro cio, uma cadela passa a ter menos de 1% de risco de desenvolver tumores de mama. Se a castração for feita até o terceiro cio, a proteção é menor, mas existe. A castração precoce em gatas reduz em 91% as chances de desenvolvimento de lesões de mama”, relata a médica veterinária patologista Karen Yumi Ribeiro Nakagaki.

Ela explica que o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura da doença e que o tamanho do tumor está relacionado diretamente com o prognóstico da neoplasia. “Quanto maior o tamanho do tumor, menor o tempo de sobrevida do animal. As metástases distantes são a principal causa de óbito”, alerta. 

A doença

O câncer é uma doença que atinge, principalmente, animais de estimação e pode ser desenvolvida por alguns fatores, como a idade avançada, a exposição à poluição, entre outros. Os primeiros sintomas são o aparecimento de nódulos na glândula mamária. As lesões podem ser únicas ou múltiplas, de tamanhos variando de milímetros a vários centímetros e podem acometer uma ou mais glândulas de ambas as cadeias mamárias.  O exame feito por um médico veterinário vai revelar se o tumor é benigno ou maligno.

Pesquisas realizadas no Laboratório de Patologia Comparada da UFMG (LPC) revelam que a maioria (85%) dos tumores mamários apresentam caráter maligno e cerca de 17% das cadelas são diagnosticadas já com estágio avançado, evoluindo para óbito em até 7 meses após remoção completa da mama. “Esses resultados sinalizam a importância da prevenção, bem como do diagnóstico precoce das enfermidades oncológicas, que, quando diagnosticadas tardiamente, podem comprometer o tratamento e reduzir a taxa de sobrevida desses animais”, ratifica Geovanni Cassali.

Atualmente, sabe-se que fatores relacionados à idade, castração, tratamento com progestágenos, obesidade nos primeiros anos de vida e dieta baseada em comida caseira, são apontados como principais razões para o crescente da incidência deste tipo de neoplasias.

“O principal tratamento é através da remoção cirúrgica. Os tumores devem ser enviados para uma análise microscópica feita por um patologista veterinário. A avaliação do resultado desta análise pelo profissional irá determinar se existe a necessidade de complementação com outros tipos de tratamentos, como a quimioterapia”, explica Karen Nakagaki.  

O CFMV apoia as ações de conscientização dos proprietários em relação aos cuidados necessários para minimizar os riscos da doença, bem como dos médicos veterinários em garantir que todas as informações sejam disponibilizadas de forma clara e segura à população.

 

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