Com a temática Décor+Cinema, conheça os espaços da Mostra Artefacto 2018

06 de abril de 2018 - Até novembro, o público pode conferir na QI 21 do Lago Sul as principais tendências do design na Mostra Artefacto 2018. Este ano, os profissionais convidados se inspiraram no cinema para criar 12 ambientes diferenciados. A mostra estimula a criatividade e propõe o diálogo entre as artes nas suas mais variadas formas.

Distribuídos em três andares, é possível circular por diferentes épocas, personagens e cenários. Das cores intensas de Pedro Almodóvar à sofisticação do agente secreto 007. Da leveza de La La Land à dramaticidade de Bonnie e Clyde - Uma rajada de balas. Sem falar nos grandes ícones homenageados pelos arquitetos como Marilyn Monroe, Carmen Miranda e Charles Chaplin. "É legal ver como as pessoas reconhecem e além de ver a arquitetura, a tendência, cria-se um clima que deixa os espaços mais bonitos. Gera impacto e discussões", comenta Denise Zuba.    

AMBIENTES:

La La Land, por André Alf

O arquiteto André Alf escolheu uma das cena do filme La La Land como referência por considerá-lo leve, criativo e romântico. O fato de ser um musical também despertou o interesse do arquiteto, formado em canto e apaixonado por música. A palavra que define o projeto de André é conforto. Procurando projetar um ambiente aconchegante que transmitisse a sensação de estar em casa, ele usou um grande telão, um sofá Maddox e puffs Lupion que impõe conforto - além de tons mais intimistas. Nas palavras do arquiteto, é um espaço voltado para a família usar e curtir. Detalhes de luz e quadros desenvolvidos exclusivamente para o ambiente dão charme e sofisticação ao projeto. Como o home theater é um local da residência escolhido como favorito pelos homens, o arquiteto optou por um ambiente neutro, com uma pegada masculina e tons de preto. Um feixe de luz na vertical, em uma das paredes, poderia ser uma escultura, mas André Alf mostra um uso não-convencional da luz, bonito, com movimento e que não interfere na projeção do telão. O mobiliário foi escolhido pelo design arrojado, contudo, pensando na convivência e no aconchego da casa. "A estética é importante, mas o conforto é fundamental", resume o profissional.

Carmen Miranda, por Maai Arquitetos Associados

Responsáveis pela vitrine da Artefacto, os arquitetos Arnaldo Pinho, Isabel Veiga e Mônica Pinto, da Maai Arquitetos Associados, queriam algo que remetesse ao nacional, mas traduzisse o que é a marca. A cantora e atriz portuguesa radicada no Brasil Carmen Miranda foi a musa cinematográfica escolhida pelos três. Eles mergulharam no universo de Carmen e trouxeram para o espaço uma mistura de brasilidade com características das décadas de 1930 e 1950, período de maior sucesso da atriz.  Carmen trabalhou no rádio, no teatro de revista, no cinema e na televisão e é considerada, até hoje, um símbolo internacional do Brasil. "Nossa ideia era trazer o Brasil da Carmen sem recorrer ao universo colorido e tão característico dela", explica Arnaldo Pinho. Para isso, os arquitetos pintaram o teto e as paredes de verde e exploraram plantas tropicais. Paineis de madeira Pau Ferro também foram usados para remeter aos materiais comuns na época da atriz. Com 100m2, o espaço é composto por salas de estar e jantar, além de bar e quarto. Os tons escolhidos, que vão do cinza, passando pelo fendi ao verde bandeira, marcam o ambiente que recebe com elegância o mobiliário da Artefacto. Além disso, um quadro com o rosto de Carmen Miranda, feito exclusivamente para a mostra pelo artista Menote, é um dos destaques.       

Cine Regina, por Studio Gontijo

Na parte de trás de uma casa em Bom Despacho, Minas Gerais, um médico da cidade decidiu inaugurar um cinema para 1.200 pessoas quando mal se falava em filme. Com o nome de Regina, uma das filhas, nascia o Cine Regina. O médico em questão era o avô da arquiteta Gabriela Gontijo e o tal cinema inspirou a arquiteta no projeto da Mostra Artefacto. "Foi algo emocionante para mim. Aquele cinema foi palco de muitas histórias da minha família", conta Gabriela. A avó cantava e ela mesma chegou a se apresentar no espaço. Nas memórias e nos álbuns da família de Gabriela, o Studio Gontijo encontrou as ideias necessárias. Os arquitetos mesclaram elementos rústicos com objetos nobres que quebrassem este aspecto, como os móveis da Artefacto com acabamento elegante. Artigos originais como o letreiro, a máquina de projeção, as caixas de filmes, os quadro de energia e a catraca dão um toque especial e único ao ambiente. O espaço é um verdadeiro lounge de cinema, um espaço perfeito para a reprodução de filmes. "O tema deste ano é uma oportunidade para nós, como arquitetos, resgatarmos uma arte quase esquecida", finaliza Gabriela.

Tempos Modernos – Charles Chaplin, por Juliana Leão

A arquiteta Juliana Leão se inspirou no cineasta e ícone do cinema mudo: Charles Chaplin. Sem precisar dizer uma palavra, Chaplin marcou a sociedade da época com o filme Tempos Modernos. Em seu ambiente, Juliana misturou os estilos clássico do cinema com móveis modernos e toques industriais - como as conhecidas engrenagens das máquinas. Composto por sala de estar e de jantar, com 50m2, o destaque do espaço é a mesa de jantar Halston. Ela tem um tampo único de quatro metros em madeira com microtextura. De acabamento rosé, o tampo é sustentado por pés geométricos, ideal para espaços amplos. Seguindo a estética dos primeiros filmes da história, a arquiteta escolheu mobiliário e acabamento que dialoguem com o preto e branco.

O Lobo de Wall Street, por Sérgio Borges

Especializado em arquitetura corporativa, o arquiteto Sérgio Borges optou por um ambiente que atende esta área. Para isso, buscou referências na cidade de Nova York e no filme O Lobo de Wall Street. A atmosfera da metrópole norteamericana e o diretor Martin Scorsese guiaram o projeto. Por possuir muitos clientes do mercado de investimentos, Sérgio sabe criar ambientes que transmitem sensações de segurança e de tradição com um toque arrojado e inusitado. Assim, ele buscou a contraposição entre materiais e trabalhou com elementos sóbrios, como a madeira e o aço corten, e elementos nada comportados, como o vidro, a transparência e as luminárias contínuas. O espaço de 60m2 representa uma sala de um executivo, com área de estar, mesa de trabalho e mesa de reunião.

Almodóvar, por Yeda Garcia

A arquiteta Yeda Garcia acredita que a harmonia e o equilíbrio são traços característicos de seu trabalho. Para esta edição da Mostra Artefacto, a profissional escolheu a intensidade do cineasta Pedro Almodóvar para inspirar o projeto. O destaque no ambiente da arquiteta está no uso da cor associada à formas marcantes do mobiliário. Yeda utiliza cores ousadas e marcantes para compor um espaço de 72m2 composto por sala de estar, quarto e banheiro.

Marilyn Monroe, por Miguel Gustavo

O arquiteto Miguel Gustavo projetou um ambiente clean e sofisticado, perfeito para combinar com a imponente figura de Marilyn Monroe. Espelhos, iluminação impactante e mobiliário exclusivo conferem o glamour e a sofisticação necessários. Além disso, o arquiteto utilizou tons de rosa para que o espaço tivesse o clima feminino da homenageada. Estrela de cinema de Hollywood, Marilyn é um dos maiores símbolos sexuais do século XX, imortalizada pelos cabelos loiros. Para transmitir o poder e a grandiosidade da atriz e modelo, Miguel optou por algumas obras de arte e fotografias.

Miranda, por Cybele Barbosa

O papel icônico da atriz Meryl Streep em O Diabo Veste Prada inspirou a arquiteta Cybele Barbosa a projetor o espaço "Miranda". A personagem é uma mulher bem sucedida, editora de uma grande revista de moda e, sobretudo, de personalidade marcante. Cybele trouxe para o espaço a elegância de Miranda. A composição de cores, materiais e texturas fazem uma releitura do clássico com uma visão contemporânea. O ambiente possui 70m2 e é composto de sala, quarto e copa.  

Spectre 007 (James Bond), por Tatiana Estrela e Carla Ramos

As arquitetas Tatiana Estrela e Carla Ramos escolheram a sofisticação do agente 007 para criar o ambiente de 70m2 que conta com um escritório, um quarto e uma sala de jantar. Em Spectre, assim como em outros filmes da sequência, o agente secreto viaja por diferentes países. Spectre tem início no México, durante a festa do Dia dos Mortos, e algumas tomadas em Roma. Para retratar estes ambientes no espaço, as arquitetas recorreram às artes plásticas. Um quadro de caveira ao lado da cama remete à cena na Cidade do México e uma artista de Brasília reproduziu a planta baixa de uma Basílica e da praça São Pedro no Vaticano nas paredes de um dos cômodos. Todo o projeto lembra o personagem masculino, com luxo e sofisticação, sem excessos. Para dar um toque diferente, Tatiana e Carla colocaram um piano no ambiente. O objeto lembra a música que é marca registrada das aberturas dos filmes do agente secreto.  

Bonequinha de Luxo, por Larissa Dias

O quarto de 38m2 assinado por Larissa é um ambiente feminino e cheio de detalhes delicados. Um cenário inspirado na personagem de Audrey Hepburn em Bonequinha de Luxo. O espaço possui uma forma limpa, com linguagem simples e pura. Larissa Dias trouxe nos móveis um toque urbano, com muitos tons de cinza, e desenhos mais orgânicos para dar leveza. O projeto transmite aconchego e requinte, com painéis de madeira ripada na parede e no teto para quebrar a frieza da cor e acolher. Em alguns pontos, a arquiteta acrescentou a cor rosê para frisar a delicadeza e a feminilidade de Audrey.  

Bonnie e Clyde - Uma rajada de balas, por George e Júlia Zardo

Feito nos anos 60, Bonnie e Clyde é considerado um filme histórico, que quebrou muitos tabus cinematográficos e foi popular com a geração mais jovem. Ele conta a vida de um casal de criminosos. O filme exibiu nas telas todo o charme daquele período, auge do estilo Art Decó. É um enredo intenso e viciante. Baseado neste glamour dos anos 1920, George e Júlia Zardo criaram um espaço perfeito para ver um filme, beber e conversar com os amigos. Intimista, o ambiente é dividido em Home Theater, sala de estar, mesa de jantar e bar. Os arquitetos optaram por uma paleta de cores mais escura e uma iluminação dramática, porém aconchegante.

The Great Gatsby, por Dora e Giovanini Lettieri

O contexto histórico do filme The Great Gatsby inspirou os arquitetos no projeto da Mostra Artefacto 2018. O ritmo frenético dos anos 1920, do jazz e a inacessibilidade ao sonho americano, além da participação da mulher em espaços públicos guiaram os arquitetos. As formas geométricas são significativas. O mobiliário tem geometria e design abstrato. Os objetos têm elementos de bronze, de prata e espelhos. Um grande pendente de cristal logo na entrada do quarto impõe peso e ganha destaque. Os acabamentos são luxuosos dão tons de requinte e elegância. Para coordenar todos os elementos, Dora e Giovanini Lettieri usam cores neutras em um ambiente de descanso de 41m2 com detalhes clássicos.

ASCOM/CFMV com informações do GPS Brasília