3 de outubro: Dia Nacional das Abelhas
3 de outubro de 2019
No dia 3 de outubro é comemorado o Dia Nacional das Abelhas, um inseto de grande importância no ecossistema que vai muito além da produção de mel.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura relata que as abelhas são responsáveis por pelo menos um terço da produção mundial de alimentos e o impacto de seu desparecimento seria muito maior que apenas o colapso econômico mundial.
“Se as abelhas desaparecerem da face da terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais não haverá raça humana.” Albert Einstein
Existem 20 mil espécies de abelhas catalogadas, porém, segundo pesquisadores, um quarto das espécies já está sob ameaça de extinção. No Brasil, existem mais de 300 espécies de abelhas sem ferrão – que são as principais responsáveis pela polinização de frutos e árvores e segundo pesquisadores, cerca de 100 delas estão seriamente ameaçadas de extinção. Ações predatórias do ser humano e a ação de agrotóxicos, urbanização e desmatamento estão entre as principais causas do desaparecimento de espécies.
A vida das abelhas é crucial para o planeta e para o equilíbrio dos ecossistemas, já que, na busca do pólen, sua refeição, estes insetos polinizam plantações de frutas, legumes e grãos. Esta polinização é indispensável, pois é através dela que cerca de 80% das plantas se reproduzem.
Aproximadamente dois terços dos alimentos que ingerimos são produzidos com a ajuda da polinização das abelhas. Desta forma, alguns pesquisadores recomendam que todos os produtores devem manter uma colmeia nas suas propriedades, para aumentar a produtividade das culturas tradicionais, como o milho e feijão, garantindo a produção de alimentos que dependem da polinização das abelhas.
Razões para preocupação
A utilização excessiva de agrotóxicos destinados a matar algumas pragas que afetam a agricultura, tem vindo, igualmente, a matar abelhas. De forma semelhante, outros químicos, utilizados para promover um maior crescimento das plantas, prejudicam a polinização, colocando em risco o próprio ecossistema.
O número de apicultores tem aumentado progressivamente, sendo que muitos desrespeitam as regras de distância entre apiários, levando as abelhas a entrar em competição e registando-se, também, muitas perdas devido à fome e a má nutrição.
Na Europa e América do Norte, entre 50% a 90% das populações de abelhas desapareceram. Nos Estados Unidos da América, vários cientistas alertam que as suas abelhas estão morrendo misteriosamente, fato que se designa por Síndrome do Colapso das Colônias.
Existem diversas medidas no sentido de impedir a progressão da extinção das abelhas, dentre elas destacam-se o desenvolvimento da agricultura biológica, o controle das doenças das abelhas através do timol (tratamento bastante dispendioso) e a aposta no projeto europeu Bee Doc que pretende desenvolver novas ferramentas de diagnósticos e novas estratégias de prevenção de doenças nas abelhas, bem como criar novos tratamentos que envolvam menos terapia química, e consigam prevenir o Síndrome do Colapso.
Sobre o mel
O mel é um poderoso alimento, produzido com impressionante coordenação social, esmero e habilidade a partir do néctar açucarado das flores passa por transformações químicas durante o processo de digestão das abelhas, que o tornam um poderoso antibactericída e antisséptico. Feito para proteger e alimentar a colmeia, essas propriedades medicinais e alimentícias permanecem ativas para os humanos.
Coletado de maneira extrativista no passado, e atualmente através do manejo de enxames e melhoramento genético natural, visando maior produtividade e resistência da colmeia no apiário, a produção de mel e outros derivados da abelha como própolis, a cera e a geleia real são excepcionais para a saúde das pessoas.
O mel brasileiro é muito procurado e valorizado no mundo inteiro, porque, além da sua qualidade, é isento de medicamentos, pela proibição de uso, o que o torna muito disputado no mercado. De fato, pesquisas têm mostrado que não necessitamos de medicamentos, pelo comportamento e resistência das nossas abelhas. Médicos-veterinários e zootecnistas contribuem para a profissionalização da produção, para a utilização de técnicas disponíveis e o bom manejo sanitário.
Departamento de Comunicação
Informações: Assessoria Técnica do CFMV