II Seminário Muniz de Aragão celebra Dia da Medicina Veterinária Militar com programação variada

Palestras, premiação e lançamento de uma revista sobre o tema marcaram o 17 de junho, Dia da Medicina Veterinária Militar. O principal evento da data foi o II Seminário Muniz de Aragão, em um hotel de Brasília, realizado pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), em parceria com os conselhos regionais de Rio de Janeiro (CRMV-RJ), Minas Gerais (CRMV-MG) e São Paulo (CRMV-SP).

O evento foi transmitido, ao vivo, pelo canal do YouTube do CFMV, a partir das 8h30. Congregou seis palestras proferidas por médicos-veterinários militares das Forças Armadas, o lançamento da Revista da Medicina Veterinária Militar e a solenidade de entrega das comendas Muniz de Aragão 2020 e 2021 – premiação concedida pelo CFMV, cuja proposta surgiu durante o primeiro seminário, realizado dois anos atrás, na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende (RJ). Os premiados foram, respectivamente, o coronel Francisco Augusto Pereira dos Santos e o tenente-coronel José Roberto Pinho de Andrade Lima, ambos do Exército Brasileiro.

Foi também entregue, ao médico-veterinário Cláudio Roberto Madruga, a medalha referente à edição 2019 do Prêmio Paulo Dacorso Filho. Outorgado ao profissional que tenha prestado relevantes serviços à ciência veterinária e ao desenvolvimento agropecuário do país, a premiação é anual, porém teve a solenidade adiada devido às restrições impostas pela pandemia da covid-19.

O presidente do CFMV, Francisco Cavalcanti de Almeida, fez a abertura do evento, durante a qual pediu um minuto de silêncio, em respeito às vítimas fatais da infecção causada pelo novo coronavírus, em especial, aos colegas de profissão. Lembrou a alegria de ter participado do I Seminário Muniz de Aragão, em 2019, do conhecimento adquirido na ocasião e da ideia da comenda direcionada a médicos-veterinários militares. “Percebi ali a importância da Medicina Veterinária no Exército Brasileiro”, afirmou.

Em seguida, convidou o presidente do CRMV-RJ, Rômulo Spinelli, a proferir algumas palavras. Spinelli lembrou que o evento deste ano seria no Rio de Janeiro e foi transferido para Brasília. Foi um pedido do presidente do CFMV, aproveitando a realização da Câmara Nacional de Presidentes do Sistema CFMV/CRMVs, para que as lideranças do Sistema pudessem participar do seminário. “Espero que o próximo volte a ocorrer na Aman, um lugar aconchegante, onde fomos muito bem recebidos”, comentou.

 

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Lançamento da Revista da Medicina Veterinária Militar

Defesa alimentar e biológica na manhã do II Seminário Muniz de Aragão

Ações contra a covid-19 no II Seminário Muniz de Aragão

Entrega das comendas Muniz de Aragão e do Prêmio Paulo Dacorso 2019

Discursos dos premiados

Presidente defende qualidade do ensino

Discursos dos convidados do II Seminário Muniz de Aragão

Apresentações da tarde do II Seminário Muniz de Aragão

Revista CFMV terá edição dedicada à Medicina Veterinária Militar

Lançamento da Revista da Medicina Veterinária Militar

Além das palestras, a manhã de evento teve o lançamento da Revista da Medicina Veterinária Militar, iniciativa do coronel Francisco Augusto Pereira dos Santos. A publicação, em edição única comemorativa, visa fazer um registro de todas as etapas da Medicina Veterinária Militar no Brasil. “Sempre tive vontade de mostrar a nossa história, sem ser no formato de livro. Precisamos sempre lembrar quem abriu caminho para que hoje estejamos aqui”, afirmou.

Defesa alimentar e biológica no II Seminário Muniz de Aragão

 

A primeira apresentação ficou a cargo da Coronel Beatriz Helena Felício Fuck Telles Ferreira, do Ministério da Defesa. Seu tema, “As ações do médico-veterinário militar na defesa alimentar”, envolve trabalho em ranchos nas unidades militares e operações, muitas vezes, em locais inóspitos.

Ela já havia palestrado no I Seminário Muniz de Aragão, dois anos atrás, e lembrou o histórico das doenças transmitidas por água e alimentos. Frequentemente, segundo gráficos que apresentou, oriundos de uma pesquisa feita nos Estados Unidos, as chamadas DTAs causam mais baixas do que as próprias batalhas. “Essas doenças são negligenciadas, pois, na maioria das vezes, não se procura o serviço de saúde. Até surtos passam despercebidos, na comunidade e em unidades militares”, afirmou.

Beatriz lembrou que a preocupação com o terrorismo alimentar aumentou no mundo após os ataques às Torres Gêmeas, em 2001, e aproveitou para falar sobre o Grupo de Trabalho de Defesa Alimentar do Ministério da Defesa, criado em 2019.

“A Veterinária Alimentar sensibilizou autoridades sobre a necessidade de evitar a contaminação intencional de água e alimentos. É preciso identificar riscos e adotar medidas de prevenção do campo à mesa e criar a cultura em defesa alimentar em todo o efetivo”, alertou, relatando que o GT está concluindo o regulamento de defesa alimentar das Forças Armadas.

No retorno às palestras, foi a vez de a major Jacqueline Roberta Soares Salgado, do Instituto de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (IDQBRN) apresentar ações de defesa biológica. Ela apresentou como ocorre o treinamento e a atuação dos médicos-veterinários militares em diversos eventos e operações do Exército Brasileiro, lembrando que Marinha e Aeronáutica também possuem seções voltadas à Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN).

“A DQBRN atua em situações de guerra e não guerra, que englobam prevenção e combate ao terrorismo, controle de material tóxico e cooperação com organismos internacionais”, explicou a major, relatando que também atua com outros profissionais na assessoria científica do Itamaraty para a prevenção ao bioterrorismo. “As pesquisas vão além do viés militar”, concluiu, encerrando sua apresentação com uma frase de Ruy Barbosa: “O Exército pode passar 100 anos sem ser usado, mas não pode passar um minuto sem estar preparado”.

Ações contra a covid-19 no II Seminário Muniz de Aragão

 

A tarde começou com uma apresentação do coronel Francisco Augusto sobre as ações do médico-veterinário militar no combate à covid-19. Em sua palestra, brincou dizendo que a coronel Beatriz e a major Jacqueline abordaram muito do que ele iria falar, mas que isso é normal, pontuando: “No Exército, conseguimos atuar em quase todas as áreas da Medicina Veterinária”.

Destacou que todos os ranchos do Exército passam pelo Programa de Auditoria em Segurança Alimentar (Pasa), que orienta a higidez desses locais, citou o centro de reprodução de equinos, onde há também animais de produção, a Coudelaria de Rincão, em São Borja (RS), os centros de preservação de vida silvestre, que abrigam animais que não puderam ser reintroduzidos na natureza; além de ações de saúde pública no Brasil e no Haiti.

Fora das atividades de rotina, ele atuou na Operação Covid-19, na qual médicos-veterinários contribuíram diretamente para a execução de procedimentos de biossegurança, como no transporte de pacientes com covid-19 entre estados, bem como de usinas e cilindros de oxigênio para suprimento de unidades de saúde. As Forças Armadas também realizaram campanhas de prevenção, como a Marinha, em comunidades ribeirinhas; fizeram distribuição de cestas básicas e desinfecção de espaços públicos . No Rio de Janeiro, abriram postos de vacinação drive-thru para a população. Marinha, Exército e Aeronáutica uniram esforços, segundo Santos. “Toda a operação foi sempre conjunta das três forças”, pontuou o coronel veterinário.  voltar ao índice

Entrega das comendas Muniz de Aragão e do Prêmio Paulo Dacorso 2019

Após a palestra, o seminário foi interrompido e o coronel voltou à frente da plateia para receber, das mãos do presidente do CFMV, a Comenda Muniz de Aragão. A outorga é dada anualmente aos médicos-veterinários militares que tenham prestado relevantes serviços à Medicina Veterinária Militar Brasileira e ao fortalecimento da Veterinária Militar. Em reportagem publicada no site do CFMV, em fevereiro, é possível conhecer um histórico de sua carreira como médico-veterinário do Exército Brasileiro, onde atua desde 1989. Atualmente, ele é acadêmico titular da Academia de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro e membro da Comissão Estadual de Saúde Pública Veterinária do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV/RJ).

Em seguimento à solenidade, todos conheceram o vencedor de 2021 da comenda do CFMV: o tenente-coronel baiano José Roberto Pinho de Andrade Lima, professor/pesquisador da Escola Superior de Guerra (ESG), campus Brasília (DF). Ele recebeu a comenda das mãos da vice-presidente do CFMV, Ana Elisa Fernandes de Souza Almeida, sua conterrânea, a convite de Francisco Cavalcanti.

Graduado em Medicina Veterinária, em 1995, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), o tenente-coronel Lima cursou doutorado em Saúde Pública na mesma instituição, após ter concluído mestrado em Ciências Veterinárias na Universidade de Montreal, no Canadá. O pós-doutorado em Saúde Global e Ambiental, concentrado em Saúde Única, foi realizado na Universidade da Flórida.

Pelo Exército, o oficial participou da missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti, como chefe dos intérpretes e oficial de Gestão Ambiental/Vigilância Sanitária do Batalhão Brasileiro da Força de Paz, entre 2009 e 2010. Atuou em várias unidades militares e, desde 2019, integra o Grupo de Trabalho de Defesa Alimentar do Ministério da Defesa.

A solenidade ainda teve a entrega do Prêmio Paulo Dacorso 2019 ao pesquisador Claudio Madruga, cuja homenagem foi adiada, em virtude das restrições impostas pela pandemia da covid-19. Madruga é pesquisador da Embrapa Gado de Corte, no Mato Grosso do Sul, e foi indicado ao prêmio pelo CRMV-MS. Em janeiro deste ano, o site do CFMV fez uma reportagem com o médico-veterinário.

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Discursos dos premiados

Em seu discurso de agradecimento, o agraciado de 2020 da comenda Muniz de Aragão manifestou sua satisfação e orgulho. O coronel mencionou, mais de uma vez, aqueles que o precederam, e fez deferência aos colegas indicados. “Qualquer um que estivesse aqui seria merecedor”.

Apesar do tom carregado de emoção, em que lembrou o esforço empreendido em missões que muitas vezes o mantiveram afastado da família, Santos usou o bom humor para contar que está cursando mestrado. “Quem sabe me tornarei o mais velho doutor em Medicina Veterinária?”

Na sequência, o tenente-coronel Lima, vencedor de 2021, manteve o tom leve, dizendo que não teve um ano para se preparar, portanto, não poderia fazer um discurso tão sentimental como o coronel. Com generosidade, agradeceu ao CRMV-BA e ao coronel Marcelo Maia Chiesa, da Escola Superior de Guerra, pela indicação, bem como ao próprio CFMV, por ter escolhido seu nome, entre tantos indicados.

Homenageou ainda Ana Elisa, que foi sua professora na UFBA e, desmentindo a promessa inicial, lembrou com emoção o esforço da mãe, Amélia, para sua criação como mãe solo e o terremoto no Haiti, em 2010, quando foi deslocado de última hora da missão na qual acompanharia a médica sanitarista Zilda Arns, vítima fatal da tragédia no país da América Central. “Muniz Aragão vive nos exemplos, no legado e é um farol para todos os médicos-veterinários militares”, concluiu.

Madruga, vencedor do Paulo Dacorso Filho, destacou que “receber uma distinção como o Prêmio Paulo Dacorso é um momento ímpar para um médico-veterinário”. Ressaltou o longo trajeto percorrido, agradeceu a indicação, feita pelo CRMV-MS, e recordou a vulnerabilidade econômica da infância. Ao citar a Embrapa Gado de Corte, na qual atua como pesquisador, emocionou-se ao lembrar colegas já falecidos, sem deixar de mencionar colegas da Universidade Federal da Bahia. Lá, cursou mestrado em Imunologia e foi professor visitante. “Sou gaúcho de nascimento, sul-mato-grossense por adoção e baiano de coração”, resumiu.

Presidente defende qualidade do ensino

 

Após a entrega das outorgas, o presidente do CFMV parabenizou os agraciados e voltou a lembrar o evento de 2019, quando “teve a honra de almoçar com filho e neto de Muniz de Aragão e conhecer a importância e vasta atuação dos médicos-veterinários militares”. Cavalcanti anunciou a criação da Comissão Nacional de Medicina Veterinária Militar, convidando a coronel Beatriz a presidi-la e indicar os demais integrantes.

Lembrou a história e legado de Muniz de Aragão, inclusive no ensino, mas sinalizou que, nesse aspecto, a situação atual é preocupante para a Medicina Veterinária. Classificou como desastre a existência de 469 cursos de graduação autorizados pelo Ministério da Educação, além de 16 de ensino a distância.

“No Enade de 2019, apenas 14 cursos, de 215 avaliados, obtiveram nota 5”, afirmou, mencionando estudo realizado pela Comissão Nacional de Educação da Medicina Veterinária, publicado na Revista CFMV 86.

Cavalcanti reforçou: “O que nos interessa é qualidade de cursos, não queremos a mercantilização”. O presidente aproveitou a oportunidade para relatar a atuação institucional pela aprovação e melhoria do Projeto de Lei nº 7036/2017, que em seu texto original determina apenas 10% de atividades a distância ao longo do curso de graduação de Medicina Veterinária.

“Ajudamos no parecer do relator, mantendo esse percentual e, em 2019, baixamos resolução rejeitando o registro de egressos de cursos 100% a distância. Com isso, recebemos ações judiciais vindas dos mantenedores de ensino privado, que têm poder econômico pesado. Ainda estou respondendo a processos”, contou Cavalcanti.

Neste ano, segundo o presidente do CFMV, o relator fez nova proposta, passando para 30% o total permitido para ensino a distância no curso, o que levou Cavalcanti a procurar a presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, Professora Dorinha, do Tocantins. “Pedi para retirar o substitutivo e manter o texto original, além de inserir a criação do exame nacional de proficiência dos cursos de Medicina Veterinária, a determinação de que o CFMV possa participar de forma decisiva da aprovação de novos cursos de graduação e a ampliação da carga horária para seis mil horas”, detalhou.

A deputada decidiu, então, solicitar que o PL entre em audiência pública, para a qual o presidente do CFMV será convidado. O conselho está também preparando proposta, ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), de oferecer suporte para a avaliação presencial dos formandos.

“Gostaria do apoio da sociedade para a aprovação do PL, em sua versão original. Há uma imensidão de processos éticos profissionais nos conselhos regionais e, nos que estão em segunda instância, vemos a falta de postura de muitos profissionais. Estou preparado, no limite das minhas forças, para defender o ensino da Medicina Veterinária. Para isso, preciso do apoio das nossas representações, associações e da sociedade para que se constitua uma frente ampla em defesa da veterinária”, conclamou Cavalcanti.

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Discursos dos convidados

No início da tarde, o II Seminário Muniz de Aragão recebeu os médicos-veterinários Milton Thiago de Mello, mais antigo profissional em atividade no país; e Josélio de Andrade Moura, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária (SBMV). Ambos foram convidados a discursar.

Com o bom humor e sagacidade costumeiros, Mello já começou brincando com a própria idade. “Todos sabem e veem que tenho idade avançada e, no período em que tive a felicidade de ser adulto, tive contato com duas instituições a quem devo quase tudo: o Exército Brasileiro e a Veterinária, mas quem me apoiou sempre foi a família, aqui representada pela minha esposa, que digo ser minha médica particular, porque é psiquiatra”, afirmou, entre risos e aplausos da plateia.

“Essas palmas representam o que sempre digo e um filho dizia: é preciso ser meio maluco para fazer o que você faz – sair da trilha, da obrigação, e fazer algo mais”, recomendou o veterano profissional, que agradeceu a oportunidade ao conselho. Lembrou ter sido testemunha e participante de muitas conquistas da profissão, parabenizou os vencedores das premiações e deu aval às palavras do presidente do CFMV sobre o ensino da Medicina Veterinária.

Já o baiano Moura recordou o fato de ter conhecido Paulo Dacorso Filho, pessoalmente, e que pesquisou discursos dos vencedores da outorga do CFMV que sempre lembraram de Dacorso como sinônimo de competência e entusiasmo pela Medicina Veterinária. “Ele exaltava a necessidade de os colegas serem cada dia mais competentes”, comentou.

Além disso, o presidente da SBMV ressaltou a importância da Medicina Veterinária Militar para a segurança e o desenvolvimento do país, lembrando que Muniz de Aragão também teve papel significativo para os médicos-veterinários civis, pois foi o primeiro diretor do serviço veterinário do Ministério da Agricultura. Entregou um livro ao Coronel Chiesa e, em nome da sociedade, parabenizou a organização do evento.

Chefe da Divisão de Ensino da Escola Superior de Guerra, campus Brasília – que em breve passará a ser chamada de Escola Superior de Defesa – Chiesa ressaltou que a Medicina Veterinária no Exército Brasileiro tem papel fundamental, não só no que se refere aos cuidados com os animais, como também no controle das zoonoses. “A história de Muniz de Aragão deixou frutos promissores para que a Medicina Veterinária brasileira se coloque em situação bastante confortável em termos de controle de zoonoses e, em época de pandemia, vemos quanto é importante o papel da Medicina Veterinária”, comentou o oficial, que compareceu como representante do Ministério da Defesa.

Apresentações da tarde do II Seminário Muniz de Aragão

Três palestras concluíram a programação do II Seminário Muniz de Aragão. O tenente-coronel Leonardo Rodrigo Fonseca Tigre Maia, do 4º Depósito de Suprimento do Exército, abordou a atuação do médico-veterinário na gestão ambiental. Ele explicou a construção do Sistema de Gestão Ambiental do Exército Brasileiro (Sigaeb), iniciada em 2003, com a criação do Regulamento Interno dos Serviços Gerais e Controle Ambiental nas organizações militares. Foram marcos a criação da política de gestão ambiental no Exército Brasileiro, em 2010, e a aprovação da diretriz do programa de conformidade ambiental do Sigaeb, em 2018.

“Os médicos-veterinários, pela multidisciplinaridade da profissão, sempre acabam com o encargo da gestão ambiental, por atuar no guarda-chuva da saúde única”, comentou Tigre Maia, que depois apresentou uma série de ações de assessoria de saúde ambiental e preservação, realizadas em organizações da força.

Já a apresentação do primeiro-tenente Marco Antonio Andrade Rodrigues, do Depósito de Suprimentos de Intendência da Marinha no Rio de Janeiro, foi sobre a inspeção e segurança dos alimentos na Marinha do Brasil. Explicou a estrutura da Divisão Técnica, os regulamentos seguidos e números de análises realizadas em gêneros alimentícios pela unidade, inclusive casos de fraude, que são frequentes, demonstrando com imagens situações vivenciadas em sua rotina. “Somos os detetives, temos de buscar o erro e ser os mais minuciosos possível”, afirmou.

Para encerrar a intensa programação, o segundo-tenente Thiago Santin, do Quadro de Oficiais da Reserva de 2ª Classe Convocados, falou sobre o trabalho do médico-veterinário militar da Força Aérea Brasileira (FAB), mais especificamente, na Fazenda da Aeronáutica de Pirassununga (FAYS), estado de São Paulo. O local, com 6,3 mil hectares, existe desde o final da década de 1940, numa área adjacente à destinada para instrução de voo.

A FAYS tem criações de gado de leite, corte e suínos, cujas seções são comandadas por médicos-veterinários responsáveis técnicos, nas unidades de bovinocultura leite, de laticínios, laboratórios, suinocultura e do matadouro e frigorífico. Lá, são processados alimentos enviados às unidades da FAB.

“Atividade leiteira é holística e multifatorial, tem de saber de tudo um pouco”, disse, sobre a sua área de atuação, destacando: “O veterinário do presente tem de saber trabalhar com informação, números e tomar decisões a partir disso”, assinalou Santin. Ele ressaltou a preocupação com o bem-estar animal e o uso de tecnologias modernas de produção na FAYS, o que impressionou a plateia do II Seminário Muniz de Aragão e gerou várias promessas de futuras visitas ao lugar.

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Revista CFMV terá edição dedicada à Medicina Veterinária Militar

No discurso de encerramento do II Seminário Muniz de Aragão, além dos agradecimentos aos palestrantes, participantes e à equipe do CFMV que organizou o evento, Cavalcanti arrancou aplausos ao anunciar uma edição da Revista CFMV totalmente dedicada à Medicina Veterinária Militar. “Este é um momento de alegria, de satisfação de tê-los aqui conosco, neste dia em que, tenho certeza, todos nós aprendemos”, afirmou o presidente, que ainda revelou o desejo de chegar aos 105 anos, como o Dr. Milton Thiago de Mello. “Falta pouco, só 22 anos”, calculou, em tom de brincadeira.

O presidente, nascido em Goianinha, interior do Rio Grande do Norte, lembrou suas andanças pelo país e emitiu um último desejo: “Em meu segundo mandato, quero ir para casa com a consciência tranquila de que ajudei, pelo menos um pouquinho, a minha profissão”, encerrou.

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Assessoria de Comunicação do CFMV