Presidente do CFMV defende qualidade do ensino da Medicina Veterinária
O presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária, Francisco Cavalcanti de Almeida, sinalizou que a situação atual do ensino da Medicina Veterinária é preocupante. Classificou como desastre a existência de 469 cursos de graduação autorizados pelo Ministério da Educação, além de 16 de ensino a distância. Em discurso realizado no dia 17 de junho, no evento de comemoração à Medicina Veterinária Militar, revelou o que tem feito em prol da qualidade da educação dos futuros médicos-veterinários.
“No Enade de 2019, apenas 14 cursos, de 215 avaliados, obtiveram nota 5”, afirmou, mencionando estudo realizado pela Comissão Nacional de Educação da Medicina Veterinária, publicado na Revista CFMV 86.
Cavalcanti reforçou: “O que nos interessa é qualidade de cursos, não queremos a mercantilização”. O presidente aproveitou a oportunidade para relatar a atuação institucional pela aprovação e melhoria do Projeto de Lei nº 7036/2017, que em seu texto original determina apenas 10% de atividades a distância ao longo do curso de graduação de Medicina Veterinária.
“Ajudamos no parecer do relator, mantendo esse percentual e, em 2019, baixamos a Resolução nº 1256, rejeitando o registro de egressos de cursos 100% a distância. Com isso, recebemos ações judiciais vindas dos mantenedores de ensino privado, que têm poder econômico pesado. Ainda estou respondendo a processos”, contou Cavalcanti.
Neste ano, segundo o presidente do CFMV, o relator fez nova proposta, passando para 30% o total permitido para ensino a distância no curso. Em busca de tentar reverter a situação, Cavalcanti procurou a presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, Professora Dorinha, do Tocantins.
“Pedi (a ela) para retirar o substitutivo e manter o texto original, além de inserir a criação do exame nacional de proficiência dos cursos de Medicina Veterinária, a determinação de que o CFMV possa participar de forma decisiva da aprovação de novos cursos de graduação e a ampliação da carga horária para seis mil horas”, detalhou o presidente do CFMV.
A deputada decidiu, então, solicitar que o PL entre em audiência pública, para a qual Cavalcanti será convidado. O conselho está também preparando proposta, ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), de oferecer suporte para a avaliação presencial dos formandos.
“Gostaria do apoio da sociedade para a aprovação do PL, em sua versão original. Há uma imensidão de processos éticos profissionais nos conselhos regionais e, nos que estão em segunda instância, vemos a falta de postura de muitos profissionais. Estou preparado, no limite das minhas forças, para defender o ensino da Medicina Veterinária. Para isso, preciso do apoio das nossas representações, associações e da sociedade para que se constitua uma frente ampla em defesa da veterinária”, conclamou Cavalcanti.
Assessoria de Comunicação do CFMV
(adaptada de trecho publicado em II Seminário Muniz de Aragão celebra Dia da Medicina Veterinária Militar com programação variada)