I Fórum dos Zootecnistas do Sistema CFMV/CRMVs debate campos de atuação profissional

Entre os dias 17 e 19 de agosto, a sede do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), em Brasília, recebeu o I Fórum dos Zootecnistas Membros do Sistema CFMV/CRMV. Por conta da pandemia de covid-19, o evento foi realizado de forma híbrida, contando com a participação de 70 zootecnistas dos conselhos regionais, metade presencialmente e a outra, de forma remota por meio de videoconferência.

Foi a primeira vez que o Sistema realizou um fórum com todos os seus zootecnistas. Na abertura, o presidente do CFMV, Francisco Cavalcanti de Almeida, ressaltou que a iniciativa é fruto de trabalho pioneiro da Câmara Técnica de Zootecnistas (CTZ/CFMV). “Temos relacionamento amigável com todos os integrantes da câmara, trabalhamos em harmonia, com conduta ética profissional e respeito, em prol do avanço do agronegócio brasileiro”, disse.

Amigo do saudoso professor Octávio Domingues, uma das referências na Zootecnia brasileira, o presidente lembrou que presenciou o nascimento da profissão e foi testemunha do projeto de criação da primeira escola do Rio Grande Norte. “Somos duas profissões importantes para o Brasil e para o mundo. Temos a obrigação de caminharmos juntos, evoluir para as convergências em harmonia. O conselho é nosso e não podemos errar. Precisamos discutir o avanço das profissões para que sejamos melhores prestadores de serviços para a sociedade”, pontuou.

Para além das memórias, a história se fez viva com a presença do zootecnista Pedro Adair Fagundes dos Santos. “Estamos aqui com um dos primeiros zootecnistas do Brasil. Pedro se formou com a primeira turma de Zootecnia, em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, em 1970”, homenageou o presidente da CTZ, Wendell Lima Melo.  Com 51 anos de carreira, o veterano teve a oportunidade de experimentar uma novidade. “É a primeira vez que piso no CFMV. É uma alegria participar das decisões e ter oportunidade de trabalhar pela segurança profissional”, saudou.     

O presidente da CTZ destacou o momento inovador para o Sistema e os zootecnistas, pelo evento ser recebido pela primeira vez na sede do CFMV, com o compromisso de ouvir a representação. “Queremos saber o que está sendo feito e propor soluções para dialogar e apontar caminhos de crescimento conjunto. A sociedade precisa de todos os profissionais para fazer do Brasil a potência que ele pode ser”, enfatizou Melo.

O coro foi reforçado pela presidente da Comissão Nacional de Educação em Zootecnia (CNEZ/CMV), Ana Cláudia Ambiel, na abertura do fórum. “É importante mostrar a força e a participação dos zootecnistas que estão no Sistema. A Zootecnia sai mais fortalecida após o evento. Que seja apenas o início de uma jornada contínua”, acrescentou. Em seguida, a professora apresentou o balanço dos trabalhos realizados pela comissão, desde o início da gestão 2017-2020 até o mandato atual.

Programação

O primeiro dia de fórum foi marcado por apresentações das zootecnistas que integram comissões do CFMV. Além da CNEZ, Elisa Osmari demonstrou os trabalhos da Comissão Nacional de Bem-Estar Animal (Cobea/CFMV); Verônica Vianna falou sobre a Comissão Nacional de Animais Selvagens (CNAS/CFMV); enquanto a atuação do grupo de trabalho de Responsabilidade Técnica ficou a cargo de Jovelina de Oliveira.

Na sequência, os participantes foram divididos em grupos de trabalho (GTs) para debater a atualização da Lei nº 5.550, de 4 de dezembro de 1968, que dispõe sobre o exercício da profissão de zootecnista. Os GTs trabalharam na construção de uma minuta de projeto de lei que modernize o regramento.

“A lei é muito generalista e de cinco décadas atrás. Precisamos de uma legislação mais contemporânea, condizente com as inovações do mercado e com as competências específicas da profissão, que permitam ao zootecnista atuar com ética e segurança”, disse o presidente da CTZ.

Mesa-redonda

No último dia, o fórum promoveu amplo debate sobre a visão atual e as perspectivas da classe. O presidente da Associação Brasileira de Zootecnistas (ABZ), Marinaldo Divino Ribeiro, participou da mesa-redonda e realçou a necessidade de efetivar com propriedade a ordem de relação entre as duas profissões. Para ele, o fórum demonstrou o fortalecimento concreto das relações institucionais de trabalho em conjunto entre a Zootecnia e a Medicina Veterinária.

“Mais do que nossas demandas individuais, devemos apresentar pautas do coletivo de zootecnistas pela defesa intransigente dos direitos e deveres dos profissionais, em benefício da harmonia entre as profissões e da pecuária brasileira”, disse.

O representante da NK Assessoria Parlamentar, Napoleão Salles, falou sobre o ambiente político-institucional e explicou que a criação de conselhos profissionais depende de lei de iniciativa do Presidente da República. O presidente da ABZ entende que ainda não é o momento de criação do Sistema de Conselhos Federal e Regionais de Zootecnistas, mas espera contar com o futuro apoio do Sistema CFMV/CRMVs, quando o projeto realmente for viável.

O médico-veterinário Fernando Zacchi, assessor técnico da presidência do CFMV, foi convidado a falar sobre as pautas e ações que envolvem os zootecnistas dentro do Conselho Federal e como integrar as duas profissões dentro do Sistema. Segundo ele, as resoluções têm sido construídas na base do diálogo e que faz parte da atividade regulatória administrar as divergências. “Viver com o conflito e com o debate sobre as opiniões discordantes faz parte do dia a dia do Conselho Federal. É da natureza da nossa atividade lidar com discussões, mas sempre pautadas em argumentos técnicos e juridicamente fundamentados”, afirmou.

A vice-presidente do CFMV, Ana Elisa Almeida, encerrou o fórum emocionada com a realização de um evento inédito em 53 anos de existência de Sistema e de testemunhar como a CTZ está trabalhando com afinco na busca de soluções e avanços. “O CFMV é nosso e a Zootecnia faz parte dele. Devemos conviver de forma harmônica. Cada profissional, dentro de suas habilitações, deve buscar a construção de um país cada vez mais forte e, em conjunto, contribuir para a missão social de alimentar o mundo”, disse.

Ouvindo as sugestões finais, a vice-presidente ficou de levar para a próxima Câmara Nacional de Presidentes, de 25 a 27 de agosto, em Natal (RN), a proposta de criação de Câmaras Técnicas de Zootecnia nos CRMVs, bem como fomentar outras edições do fórum de forma institucionalizada no Sistema, confirmando a decisão da Diretoria Executiva do CFMV.

Assessoria de Comunicação do CFMV